ART Escritório de Arquitetura e Urbanismo: fragmentos + croquis + Arquitetura I

terça-feira, dezembro 28, 2010

fragmentos + croquis + Arquitetura I

os croquis acima são de autoria do arquiteto Riccardo Testi, e são realizados no "ato da criação" no momento da "concepção" dos projetos que realiza aos seus clientes.

estes "traços", "desenhos", "croquis" são muito importantes, pois, "facilitam" na "visualização do espaço" antes do mesmo ser criado.

isto é transmitido "naturalmente" através do croqui, pois é possível "ler" mais claramente o projeto, e "Sentir", o espaço a ser gerado. Arquitetura é Sentimento.

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arquitetura... fragmentos...

A mais tolhida das artes, a arquitetura é, antes de mais nada, construção; mas construção concebida com o propósito primordial de organizar e ordenar o espaço para determinada finalidade e visando a determinada intenção.
E nesse processo fundamental de organizar, ordenar e expressar-se ela se revela igualmente arte plástica, porquanto nos inumeráveis problemas com que se defronta o arquiteto desde a germinação do projeto até a conclusão efetiva da obra, há sempre, para cada caso específico, certa margem final de opção entre os limites - máximo e mínimo - determinados pelo cálculo, preconizados pela técnica, condicionados pelo meio, reclamados pela função ou impostos pelo programa, cabendo então ao sentimento individual do arquiteto - como artista, portanto - escolher, na escala dos valores contidos entre tais limites extremos, a forma plástica apropriada a cada pormenor em função da unidade última da obra idealizada.
A intenção plástica que semelhante escolha subentende é precisamente o que distingue a arquitetura da simples construção.
(fragmento do texto, do livro: arquitetura, Lúcio Costa, Editora José Olympio)

... a idéia...

... a idéia do artista é forma. Do mesmo modo, sua vida emocional se transforma em forma: ternura, nostalgia, desejo, raiva estão nele, e tantos outros impulsos, mais fluidos, mais secretos, algumas vezes mais ricos, coloridos e sutis do que aqueles de outros homens, mas não necessariamente assim. Ele está imerso no todo da vida: ele se imbui dela. Ele é humano, não é uma máquina. E, porque ele é um homem, eu lhe permito tudo. Mas seu privilégio especial é imaginar, relembrar, pensar e sentir em formas... Não digo que a forma é a alegoria ou o símbolo do sentimento, mas sim sua atividade mais profunda. A forma ativa sentimentos... Entre a natureza e o homem, intervém a forma. O homem em questão, isto é o artista, forma essa natureza; antes de se apoderar dela, ele a pensa, a vê e a sente como forma.
Henri Focillon, The Life of Forms in Art, Nova York, 2a ed., 1948, p.47. Com autorização de Witternborn Art Books Inc.
Livro: Le Corbusier uma análise da forma, Geoffrey H. Baker

A Habitação como Espaço...

'... Sua competência na construção de concreto armado permite-Lhe tirar partido amplamente das novas possibilidades técnicas, e com uma liberdade tanto maior quanto os projetos não convencionais se prestam a isso; a estrutura de sustentação permite a planta livre, o teto-terraço, a abertura de vãos sem levar em conta as quedas de carga, os volumes sustentados indiretamente, os pilotis. Esses elementos, antes de se tornarem formas características de um estilo, são meios práticos para resolver questões de planificação em projetos que estimulam a invenção pela modéstia das dimensões e pela precisão das funções exigidas." (Le Corbusier - Gérard Monnier)

Diálogos...

"... Al pari del suo "maestro spirituale", le Corbusier, Meier ama la cosidetta promenade architecturale, una sequenza formale di spazi, che in genere conduce il visitatore attraverso una serrata successione di camere da letto e locali di disimpegno con sofitti bassi fino a sboccare in un ambiente ampio, alto e arioso, quasi liberatorio, aperto sul paesaggio..." "... L´architettura gravita intorno a uno spazio esterno che diventa una sorta di prolungamento degli interni ..." (AD - Architectural Digest. Le Piu´Belle Case del Mondo)

Contraste...

A lo largo de la fachada posterior discurre, adosado a ella, el camino de acesso peatonal a la vivienda desde la calle. Es la fachada decididamente "ciega" de la casa: un muro largo y blanco de hormigon, com un tramo inferior revestido de panel de madera fenólica, concluye en un hueco (la entrada) y un gran volumen vertical donde se aloja la escalera. Ese alto volumen rotundo, forrado en madera sintética, sobresale de la fachada, avanzando y ocupando casi todo el ancho del camino, y lo hace (debido al material del revestimiento) como si tuviera algo de "mueble" de los espacios interiores que asomara fuera, invitando a entrar. (fragmentos de texto da revista Arquitetura Y Diseño, Barcelona, Espanha, n°81, RBA Edipresse)

Preceitos Arquitetônicos...

"O mito e o poder sempre estiveram na origem das grandes realizações de sentido arquitetônico. Eles se consubstanciam numa idéia-força da qual resulta a intenção que orienta e determina a expressão arquitetônica. A realização arquitetônica é assim a expressão palpável desse conteúdo ideológico no seu mais amplo sentido.
Constata-se, porém, nesta como que materialização da idéia, a presença de um componente telúrico que condiciona e propicia, do ponto de vista da concepção formal, uma preferência "instintiva" por determinados tipos de configuração.
Assim, na bacia do Mediterrâneo, tanto no sul da Europa quanto no norte da África, bem como nas áreas do Oriente próximo e da Mesopotâmia, prevalece, na arquitetura erudita como na popular, o sentido da coesão plástica, da forma geométrica pura, da contenção; ao passo que no norte da Europa e nos países eslavos e orientais, observa-se, pelo contrário, certa predisposição à plástica de sentido dinâmico, ao perfil místico, elaborado ou convulso, à dispersão, podendo-se, portanto, considerar dois eixos culturais latentes quanto à concepção plástica da forma: o eixo mesopotâmio-mediterrâneo, próprio da concepção estática, e o eixo nórdico-oriental, que abrange as diferentes modalidades da concepção dinâmica. (Fragmento do texto: Tradição Ocidental do livro: Arquitetura, de Lúcio Costa)

Conceituação

A história da arte mostra que a arquitetura sempre foi parte integrante fundamental no processo da criação artística como manifestação normal de vida. Ela engloba, portanto, a própria história da arquitetura, constituindo-se, então, por assim dizer, no "álbum da família" da humanidade. É através dela, através das coisas belas que nos ficaram do passado, que podemos refazer, de testemunho em testemunho, os itinerários percorridos nessa apaixonante caminhada, na busca do tempo perdido, mas ao encontro do tempo que ficou vivo para sempre porque entranhado na arte.
O que caracteriza a obra de arte é, precisamente, esta eterna presença na coisa daquela carga de amor e de saber que, um dia, a configurou. Importa, pois, antes de mais nada, a distinção entre essência e origem, porque nesta diferenciação preliminar reside a chave do entendimento do que seja verdadeiramente arte.
Fonte: Lucio Costa; livro: arquitetura; Editora José Olympio.

As Interpretações da Arquitetura

"...Além dos espaços com duas únicas dimensões - isto é, as superfícies, as quais apenas olhamos - a arquitetura nos dá espaços com três dimensões, capazes de conter as nossas pessoas, e este é o verdadeiro centro dessa arte.

...Apenas a arquitetura, entre todas as artes, é capaz de dar ao espaço seu pleno valor. Ela pode nos rodear de um vazio de três dimensões e o prazer que dela se consegue extrair é um dom que só a arquitetura pode nos dar.

...Por hábito mental, as nossas mentes estão fixas na matéria tangível, e falamos apenas do que faz trabalhar os nossos instrumentos e detém a nossa vista; à matéria dá-se forma, o espaço vem por si só. O espaço é um "nada" - uma pura negação do que é sólido - e por isso o ignoramos". (Fragmento do texto + Saber Ver Arquitetura - Bruno Zevi)